Representantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) estiveram em Nova Friburgo na terça-feira, 1º de fevereiro, para ouvir as demandas do governo municipal e sugerir projetos de médio e longo prazo. A pró-reitora de Extensão da UFRJ, professora Laura Tavares, esteve acompanhada por coordenadores de diversas áreas que formam um ‘comitê de crise da UFRJ’.
A equipe contou com a presença dos professores: Rosana Morgado, da Escola de Serviço Social; Ivan Garcia, da Faculdade Nacional de Direito; Hebe Gonçalves e Pedro Bicalho, do Instituto de Psicologia; Ana Inês Sousa, superintendente acadêmica da Pró-Reitoria de Extensão; Emilio Barroso, do Instituto de Geociências; Márcia Gomide, do Instituto de Estudos de Saúde Coletiva, voltado também para o Meio Ambiente; o médico Leonídio Pereira, que atua com programa multidisciplinar voltado para crianças e jovens; e Flavio, pós-graduando e funcionário do Laboratório de Solidariedade Técnica, do Instituto Politécnico de Engenharia.
Secretários e assessores das secretarias de Projetos Especiais; Comunicação Social; Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Profissional e Superior; Saúde; Geral de Governo; Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho; Habitação, Urbanismo, Transportes, Mobilidade Urbana e Interurbana; Meio Ambiente; entre outras, apontaram as principais demandas a médio e longo prazo, embora o momento ainda necessite de ações emergenciais.
Assistência
Laura Tavares informou que para atender as demanda desta primeira fase, atua na cidade um grupo formado por 45 pessoas, entre alunos e professores, visitando abrigos e prestando assistência na área de Saúde Coletiva. O secretário municipal de Assistência Social, Carlos Antônio Maduro, relatou que no momento há 71 abrigos e que o recurso para o Aluguel Social está previsto para ser liberado no dia 21. Entre as ações de médio e longo prazo, o secretário destacou a preocupação em oferecer empregos aos membros das famílias atingidas, assim como acompanhá-las e, para tanto, há necessidade de assistentes sociais para os atendimentos.
Segundo a subsecretária de Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Profissional e Superior, Vânia Monnerat, o Centro de Formação Profissional, que oferece cursos na área do vestuário, iniciou as aulas na segunda-feira, 31 de janeiro. Embora muitas confecções tenham sido atingidas pela chuva, o interesse ainda é grande na área, segundo Vânia.
A subsecretária expôs que embora o setor Metal-Mecânico não tenha sofrido danos muito grandes, a profissionalização só é possível através de cursos oferecidos pelo Senai. Na área de Turismo, o Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) e o Centro Vocacional Tecnológico (CVT) oferecem cursos profissionalizantes e uma das ações da Secretaria de Ciência e Tecnologia é articular para que haja parcerias entre os centros.
Reconstrução
Antonio Carlos Berbert, secretário municipal de Projetos Especiais, solicitou a ajuda de geólogos e profissionais para a elaboração de projetos na área de contenção, assim como para ajudar na fiscalização de obras.
Emilio Barroso, do Instituto de Geociências da UFRJ, que havia se encontrado com o Cel. Robadey, da Defesa Civil do município, soube da necessidade de se emitir cerca de seis mil laudos, e o número de profissionais atuando no momento é muito inferior a demanda. Emílio não só sugeriu à professora Laura que solicitasse voluntários pós-graduados para atuarem na área, como para cuidar da concepção e execução de projetos pensando no futuro, com uma nova abordagem e planejamento.
Para a pró-reitora, o objetivo da UFRJ será propor estratégias integradas. E dirigindo-se ao secretário municipal de Habitação, Urbanismo, Transportes, Mobilidade Urbana e Interurbana, Luiz Claudio Ferreira, falou sobre a construção de casas pré-fabricadas em madeira. Luiz Claudio se interessou pela ideia e solicitou apoio para estruturar urbanisticamente toda a cidade.
Antônio Abrantes, representando a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, solicitou a ajuda de técnicos para rever e adequar o Plano Diretor, a Lei de Uso do Solo e o Código de Obras. Segundo ele, um vôo será necessário para avaliar as condições geológicas para que seja possível planejar o futuro.
Saúde
Na área de saúde, a secretária municipal Jamila Calil falou sobre suas dificuldades para trabalhar, tanto em função da nova demanda quanto em relação a situação de falta de médicos, segundo ela, principalmente pediatras. Embora o Hospital Municipal Raul Sertã seja o único público da cidade, para atender não só a população, mas moradores de mais 12 municípios, ele está bem equipado para os principais atendimentos. Sua solicitação à pró-reitora Laura Tavares foi em relação ao Programa Saúde da Família, considerado por Jamila de fundamental importância nas próximas fases em que a cidade passará.
Comunicação
David Massena, secretário de Comunicação Social do município, explicou sobre uma cartilha produzida por voluntários, com o apoio da SeCom, contendo informações relevantes para a população como: emissão de documentos, Aluguel Social, saque do FGTS, Bolsa Família, prorrogação do Seguro Desemprego, pagamento aos servidores municipais, Justiça Itinerante e Defensoria Pública, Saúde (vacinas, máscaras, cuidados com a água, atendimento médico, desaparecidos, crianças órfãs, abrigos oficiais, telefone e links úteis, entre outros itens.
Segundo Massena, as cartilhas “Reconstruindo Nova Friburgo’ começaram a ser distribuídas na terça-feira, 1º, em diversas localidades da cidade. O secretário sugeriu a elaboração de outra cartilha, com o apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) para esclarecer à população os seus direitos e deveres daqui para frente.
Após cerca de duas horas de reunião, Laura Tavares, que ouviu atentamente e anotou todas as demandas que serão analisadas e discutidas pelo ‘comitê de crise da UFRJ’, se solidarizou com as situações relatadas e se prontificou a buscar soluções a médio e longo prazo e manter contato com todas as secretarias.
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