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quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

EQUIPE DA SECRETARIA DE ESTADO DE GOVERNO DEFINE TRAGÉDIA EM NOVA FRIBURGO COMO CATÁSTROFE DEMOCRÁTICA

O Governo do Estado do Rio de Janeiro desde o dia 12 de janeiro atua em Nova Friburgo. Só a Secretaria de Estado de Governo chegou a atuar com cerca de 70 pessoas, segundo o coordenador Luiz Cláudio Pedra. A caminho de suas atividades cotidianas, Luiz e Cristiane Amaral, que atuam na mesma secretaria, despedem-se dos friburguense com a sensação de dever cumprido e a solidariedade como imagem principal.

Segundo orientação do secretário Wilson Carlos Carvalho, assim que a primeira equipe chegou à cidade dirigiu-se ao Instituto Médico Legal (IML) montado emergencialmente no Instituto de Educação de Nova Friburgo (Ienf), localizado no centro da cidade, para ajudar a coordenar os trabalhos.

Como em Nova Friburgo não era possível se hospedar no primeiro momento, eles tiveram que passar as noites no município de Cachoeiras de Macacu. Assim que a situação no IML foi organizada e controlada, a equipe atuou também no serviço de limpeza das ruas e na organização do recebimento de donativos que foram encaminhados à antiga Fábrica Ypu, onde eram catalogados e alocados.

A Secretaria de Estado de Governo procurou todo o tempo fazer um link com as demandas do governo municipal e da população para atender o povo que sofria com a tragédia. “Nossa atuação era onde o ponto estava mais crítico. Os policiais que estavam no IML improvisado, por exemplo, não tinham condições de fazer o trabalho sozinho para dar o mínimo de dignidade à família que sofria”, relata o coordenador.

Pedra diz que embora o IML já esteja funcionando na antiga instalação, no bairro Cordoeira, uma equipe da secretaria continua atuando. Ele lembra que foi da equipe a ideia de fotografar todos os corpos, para que fosse possível a família identificá-lo sem precisar olhar todos os corpos, ideia esta que, segundo Pedra, foi acolhida pelo diretor do IML.

Catástrofe democrática
A atuação do S.O.S. Saúde, por exemplo, começou no dia 19, com a vinda de 25 supervisores que trabalham nas Unidades de Saúde do Estado. Como uma espécie de ouvidoria ativa, o S.O.S. tem como objetivo ajudar na mudança de comportamento das pessoas, sensibilizando-as e voltado à humanização. Segundo relato da psicóloga Eliana Guerra, “a carga emocional da própria equipe já era muito grande e o SOS tem como finalidade acolher o sofrimento da própria supervisão”.

“Ficamos 10 dias sem ir à nossa casa. Não dava fome, não dava sede, não lembrávamos que tínhamos casa. E nos alimentávamos mal. O sofrimento das pessoas era tanto que não conseguia pensar que você também tinha que se cuidar. O tempo em que estivemos aqui foi com o intuito de ajudar. Todo mundo queria ajudar. Gente de todos os tipos, de todos os níveis sociais. Funcionamos como uma rede, um ajudando o outro”, desabafa o coordenador.

Segundo a coordenadora Cristiane, a coordenação da Secretaria volta ao Rio de Janeiro ainda esta semana, mas a equipe do S.O.S. Saúde permanecerá ainda por um tempo, indeterminado, pois foi identificado que ainda há muitos bebês, crianças e idosos traumatizados, perdidos emocionalmente, e que precisam de atenção e cuidados.

O espírito de solidariedade marcou a vida de muitas pessoas, entre elas a dos integrantes da equipe da Secretaria de Estado de Governo. Mesmo com experiência em catástrofes naturais no Estado, pois estiveram no Morro do Bumba, em Niterói, nunca antes haviam presenciado tamanha solidariedade da própria população. Outras equipes de Projetos Especiais do Estado, com a ‘Lei Seca’, ‘Barreira Fiscal’ e ‘S.O.S. Saúde’, também se uniram à eles que tem muitas histórias para contar. 

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