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sábado, 22 de janeiro de 2011

NOTA CONJUNTA DE REPÚDIO

O PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, O MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, A OAB/RJ, POR SUA 9ª SUBSEÇÃO, O MUNICÍPIO DE NOVA FRIBURGO, O DIRETOR DO IML-AP/RJ E O DELEGADO DE POLÍCIA TITULAR DE NOVA FRIBURGO, vem apresentar nota conjunta repudiando a matéria publicada na Revista Veja, edição 2200, ano 44, nº 03, de 19 de janeiro de 2011, em especial, o conteúdo do último parágrafo de fls. 54 até o primeiro parágrafo de fls. 56, em razão de seu conteúdo totalmente inverídico, conforme será esclarecido a seguir:

1) Inicialmente, cumpre esclarecer que em momento algum os corpos da vítimas fatais ficaram sobrepostos uns sobre os outros no Instituto de Educação de Nova Friburgo, local em que foi montado um posto provisório do IML, em razão da catástrofe que assolou toda esta região, mas sim acomodados separadamente lado a lado no ginásio do Instituto;

2) O acesso ao referido Instituto foi limitado às autoridades públicas e aos integrantes das Instituições inicialmente referidas, sendo certo que o ingresso dos familiares no local para a realização de reconhecimento somente foi permitido após autorização de um dos integrantes das mencionadas instituições e na companhia permanente do mesmo;

3) A liberação dos corpos para sepultamento somente foi autorizada após o devido reconhecimento efetuado por um familiar, sendo totalmente falsa a afirmação de que “ao identificar um conhecido, bastava levá-lo embora, sem a necessidade de comprovar o parentesco”.  Frise-se, que mesmo com o reconhecimento, foi realizado posteriormente procedimento de identificação pelos peritos da Policia Civil do Estado do Rio de Janeiro, bem como de outros cedidos pela Polícia Civil de São Paulo, pela Polícia Federal e pelo Exercito Brasileiro, estes por intermédio da Secretaria Nacional de Segurança Pública, com a análise da impressão digital, do exame de arcada dentária e exame de DNA;

4) Ademais, cada um dos falecidos foi colocado em uma urna e sepultado individualmente, não existindo qualquer tipo de sepultamento coletivo, mas sim vários sepultamentos individuas e simultâneos no mesmo cemitério;

5)  Em meio a infeliz perda de 371 vidas, somente neste Município de Nova Friburgo (até presente momento) é importante registrar que houve apenas 03 (três) casos de divergência dos reconhecimentos feitos pelos parentes, os quais estão sendo devidamente esclarecidos pelos peritos do IML/Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, através do exame  das impressões digitais, das arcadas dentárias e do exame de DNA.

Assim, ao contrário do que a narrativa contida na matéria publicada leva o leitor a concluir, não houve uma feira livre na busca e no sepultamento de corpos, mas ao contrário, um trabalho sério realizado  por profissionais exemplares, dedicados e comprometidos em minimizar, naquilo em que era possível, o sofrimento da população local, e ainda preservar, dentro das possibilidades existentes, a ordem e a saúde pública.

Aliás, o respeito pelas famílias e pelos corpos dos cidadãos falecidos não permitiria que os mesmos fossem tratados pelas autoridades da maneira descrita pelas jornalistas.

Assim, é com extremo pesar, que em meio a um evento trágico e que entristeceu a todos, tenhamos que vir a público repudiar as inverdades publicadas, de cunho meramente sensacionalista, a fim de evitar que o desserviço gerado pela matéria venha a causar mais prejuízo, sofrimento e comoção aos familiares das vítimas e a toda nossa comunidade.

Nova Friburgo, 21 de janeiro de 2011.



Paulo Vagner Guimarães Pena
Juiz de Direito
Dirigente do Fórum e do 9º NUR-N. Friburgo
Matrícula 21.121


Fernando Luis G. de Moraes
Juiz de Direito
Matrícula 29.813


Gustavo Henrique Nascimento Silva
Juiz de Direito
Matrícula 27.318

Hédel Nara Ramos Jr.
Promotor de Justiça
Coordenador Regional do Ministério Público
Matrícula 1.287/MPRJ



Dermeval Barboza Moreira Neto
Prefeito do Município de Nova Friburgo



 Marcelo Barucke
Defensor Público
Coordenador Regional da Defensoria Pública
Matrícula nº 817.882-4



Carlos André Rodrigues Pedrazzi
Advogado – OAB/RJ nº 59820
Presidente da 9ª Subseção da OAB/RJ



Rômulo Luiz de Aquino Colly
Advogado – OAB/RJ nº 110.995
Vice-Presidente da 9ª Subseção da OAB/RJ

Sérgio Simonsen
Perito Legista
Diretor do IML-AP/RJ
Matrícula 872.246-4

José Pedro Costa da Silva
Delegado de Polícia de Nova Friburgo
Matrícula 823.230-8

13 comentários:

  1. Quero expressar minha solidariedade aos signatários da nota de repudio a revista Veja. O trabalho das autoridades, órgãos governamentais, ongs e voluntários tem sido exemplar e comovente. Não é possível tolerar uma reportagem inveridica que presta tal desserviço a sociedade. Ricardo Lengruber. Professor.

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  2. Inacreditável, a falta de compromisso de certos jornalistas com a verdade, parece que há um despreparo cada vez maior, é lamentável!

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  3. em relação ao poder publico, sempre estarei ao lado de um orgão de imprensa, neste caso a Veja!

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  4. Este comentário foi removido pelo autor.

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  5. Na ocasião em que houve o evento "11 de setembro" nos Estados Unidos, alguns jornalistas publicaram fotos do corpo de um homem que suicidou-se, atirando-se em desespero. Imediatamente a sociedade americana reagiu - e imagens e comentários que expunham as vítimas de maneira degradante não apareceram nunca mais. Foi uma espécie de "autocensura" que no meu entender deveria servir de "case" em qualquer base de formação jornalística. Quem ganha humilhando alguém?

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  6. Neste caso, concordo em numero, genero e grau com Sylva..."também fico ao lado e um orgão de impresa,a Veja!

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  7. Discordo diametralmente do comentário do tipo postado por "Sylvia", já que não tem qualquer conteúdo. Apenas diz que: "se há Estado, sou contra!" Vamos acordar, o que a imprensa fala não pode ser aceito como verdade intransponível, no caso da Veja, sua função é polemizar para vender. o Compromisso com a verdade não norteia a sua edição jornalística.

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  8. É verdade Jackson, a Veja é maior especialista do país em forjar matérias mentirosas, com conteúdo duvidoso. Não concordo com censura, mas não podemos deixar que a mídia manipule o país da forma que tem feito ultimamente, condenando sem julgamento ou tornando herói quem bem entender!

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  9. Fico pensando se a "Sylvia" e a outra aí são jornalistas? Afinal, contrapor o interesse do povo em relação a 1 veículo de imprensa(privado) que em boa parte oportuniza seus interesses contra o povo, fica difícil não se questionar. Isto tudo por se tratar de uma tragédia e ñ de um movimento "certo ou errado". Espero que esta situação nos tire desta faixa de conforto e debilidade mental. Não aos oportunistas!. Mobilizemos,brasileiros! mostremos a verdadeira "cara". Minimizar a dor, sendo eficientes e respeitosos com nossos mortos e suas familias, somos todos patrícios. paro por aqui em respeito à dor dos verdadeiros brasileiros.

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  10. Na qualidade de uma pessoa que perdeu quatro membros da familia e passou quatro vezes por esse processo no IML, gostaria de deixar meu testemunho do trabalho exemplar promovido pelos profissionais envolvidos e que em momento algum presenciei os fatos narrados na reportagem. Sou assinante da referida revista e a tempos estou descontente com a linha editorial e da falta de carater jornalistico dessa publicacao. Fica meu agradecimento sincero aos profissionais que estavam trabalhando para atender a populacao e meu repudio aos infelizes jornalistas sensacionalistas. Aroldo Mascarenhas Jr

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  11. A falta de ética de tal reportagem e tamanha que no mínimo uma correção tal revista citada deve ter a iniciativa de publicar, como voluntario no resgate de amigos pude acompanhar todo empenho e seriedade das equipes envolvidas, desde o resgate ate o sepultamento todos estão de parabéns por terem executando um trabalho tão difícil com tamanho caráter e seriedade.

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  12. A imprensa precisa assumir o papel de valorização da sociedade brasileira e do Brasil. E nesse ponto a veja é inteiramente contrária aos interesses brasileiros, por isso deveria mudar-se para outro lugar, recomendo fora da nossa galáxia, pois nenhum país democrático, deveria tê-la como veiculo de imprensa.

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