Águas de Nova Friburgo informa que conseguiu refazer a estrada que chega à captação da Estação de Tratamento de Água (ETA) Rio Grande de Cima, responsável pelos 35% do abastecimento que ainda não foram restabelecidos na cidade. Apesar da estrada ainda estar precária e com risco de quedas de barreiras, o acesso aberto pela concessionária vai possibilitar que a Energisa trabalhe na recuperação dos postes e do cabeamento de alta tensão, que foram parcialmente danificados e deixaram sem energia a captação e a ETA.
Ao concluir o trabalho de acesso à captação, em 16/01, por volta das 14h, a concessionária Águas de Nova Friburgo constatou que, por conta da queda de uma grande barreira, houve o rompimento de duas adutoras (500mm e 300mm) de água tratada, que interliga a ETA Rio Grande de Cima à cidade. O trecho, de difícil acesso em função de rochas e árvores, será refeito pela empresa até o final da semana.
Além disso, a concessionária fará a substituição dos motores da captação, que foram danificados pela enchente. Dois motores, cada um com cerca de 500 kg, estão sendo levados, por um helicóptero Super Puma da Marinha – o mais apropriado para levar cargas dessa magnitude – à captação, a pedido da empresa Águas de Nova Friburgo.
O Grupo Águas do Brasil, da qual Águas de Nova Friburgo faz parte, disponibilizou mais de 100 técnicos de outras concessionárias da holding, além de equipamentos pesados, tendo como meta a retomada do abastecimento em toda a cidade, o mais rápido possível. Ao todo, são cerca de 400 profissionais envolvidos nessa operação.
A concessionária esclarece ainda que todos os hospitais, incluindo os de campanha, estão sendo abastecidos por rede ou por pipas d’água. O mesmo acontece com as creches e os abrigos montados pela Prefeitura. A empresa reitera o pedido para que a população economize água, até que o abastecimento seja totalmente restabelecido.
PRECISO DE INFORMAÇÕES DE SÃO PEDRO DA SERRA! O QUE ACONTECEU? HÁ MORTOS?
ResponderExcluirQueria saber sobre Florin e Sandra do sítio Mivaflor, entre São Geraldo e Rio Grande de Cima. O helicóptero teve lá no sábado, mas desde então, estamos sem notícias. Obrigado.
ResponderExcluirNotícias de São Pedro e Lumiar (via e-mail por Carla Pinho)
ResponderExcluirSão Pedro da Serra e Lumiar, dois dos mais importantes destinos turísticos de Nova Friburgo, não registraram nenhuma morte, desabamento ou inundações durante as fortes chuvas que castigaram a região serrana. Praticamente todas as suas mais de 60 pousadas e dezenas de lojas e restaurantes estão inteiros, limpos e com acesso liberados. As duas vilas também mantém contato com o resto do Estado, já que o trecho da RJ-142 entre Lumiar e a BR-101 (altura de Casimiro de Abreu) não sofreu nenhuma queda de barreira, nem apresenta pontos de risco. O segundo trecho da estrada, entre Lumiar e a RJ-116 (altura do distrito de Mury), por onde se chega ao centro de Nova Friburgo, ficou interditado até a noite de sexta passada, dia 14, quando máquinas do DER e de cidades vizinhas conseguiram abrir meia pista. No momento, portanto, todos os acessos asfaltados a Lumiar e São Pedro estão abertos para a passagem de veículos. Os ônibus da Faol ainda não estão circulando.
Mas nem tudo está normal nas duas vilas. Como dependem das subestações de energia e torres de celulares do centro de Nova Friburgo, que foi extremamente castigado pelas tempestades, Lumiar e São Pedro foram forçadas a fazer uma viagem no tempo para a época quando começaram a serem descobertas pelos turistas do Rio e de Niterói: estão sem luz e sem telefone fixo ou celular. As noites, por conta disso, têm sido de uma paz inacreditável. Os vaga-lumes, ofuscados pela iluminação de rua, voltaram a serem vistos aos milhares. Todos dormem mais cedo e acordam logo que os pássaros começam a cantar.
Dois geradores movidos a gasolina, um na casa de Naim Pedro, em São Pedro, e outro na Vila Mozer, em Lumiar, mantém os moradores em contato com o resto do mundo. As duas famílias colocaram aparelhos de TV virados para fora e centenas de pessoas têm se reunido todas as noites para assistir o jornal da Record e o Jornal Nacional – e no sábado, para ver o capítulo final de Passione.
Alimentos, combustível, gelo, velas, fósforos e lanternas têm sido buscados por moradores, de carro, na vizinha cidade de Casimiro, a 40 km de Lumiar e 44km de São Pedro. Nesta última, se tornou hábito dos moradores ficar na praça, perto do Mercado, para pedir a quem vai para ligar para parentes ou trazer mercadorias. Os moradores também se reúnem para frentes de obras, como a que abriu acesso ao lugarejo da Bocaina, único ponto isolado de São Pedro pelas chuvas do início da semana, ou reunir doações para levar até o centro de Nova Friburgo. Muitos moradores estão engajados no socorro às vitimas, inclusive com doação de sangue.
Quem gosta da região, ama a paz e o silêncio, não tem medo de banho frio, adora dormir e acordar cedo e gostaria de reviver um pouco do que era o interior do país há 20 anos, e, principalmente, quer ajudar a recuperar Nova Friburgo pode fazer as malas e seguir para Lumiar ou São Pedro. O dinheiro que entrar irá fazer a roda da economia municipal voltar a funcionar, já que outros setores – como a metalurgia e o polo de confecção da cidade, que geram a maior parte dos empregos e da renda local – deverão demorar muito para recuperar suas máquinas e reconquistar clientes. Turismo neste momento é lazer e é solidariedade. Venha salvar o fim das férias e o que deveria ter sido a alta temporada do verão na serra. E não precisa fazer reserva. Chegue e escolha a sua pousada. Mas não esqueça de trazer repelente, toalhas (já que não temos como fazer as máquinas de lavar funcionar), lanternas, pilhas, velas e fósforos. Se não precisar para você, certamente haverá para quem doar.
Moradores de São Pedro da Serra e Lumiar
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Carla Pinho
Espaço Bistrô