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sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO FOI PAUTA DE REUNIÃO NA MANHÃ DE SEXTA-FEIRA

Empresários de Nova Friburgo se reuniram na amanhã desta sexta-feira, 28, com o prefeito Dermeval Barboza Moreira Neto e o deputado estadual Olney Botelho para discutir a reformulação do Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico. A preocupação do momento, após 15 dias da tragédia no município, é a liberação o quanto antes de linhas de créditos para fazer com que a roda da economia volte a girar.
A mesa de trabalho foi composta também pelo presidente da Firjan (Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro) em Nova Friburgo, Vicente Barros Ribeiro; do presidente da Acianf (Associação Comercial Industrial e Agrícola), Cláudio Santos Verbicário; e do presidente da Ordem dos Advogadas do Brasil / Nova Friburgo, o advogado Carlos André Pedrazzi, representando as instituições presentes, assim como a Câmara de Vereadores da cidade.
O prefeito Dermeval deu início à reunião de trabalho falando sobre seu respeito aos mortos e ressaltando o grande exemplo que Nova Friburgo vem dando ao Brasil. Quanto às verbas federais e estaduais disponibilizadas ao governo municipal, Dermeval fará questão de aplicar nos serviços mais necessários, o mais rápido possível, e prestar contas de imediato, para depois não ter que perder tempo tentando justificar gastos.
Nova fase de reconstrução
Passado os momentos em que a prioridade era salvar vidas, o prefeito considera estar entrando em uma segunda fase, quando casas serão construídas com a ajuda dos governos Federal e Estadual. Ontem, 27, Dermeval esteve com a presidente da República, Dilma Rousseff, no Rio de Janeiro, assinando documentos para viabilizar o Programa 'Minha Casa Minha Vida', que contemplará famílias cuja renda mensal é de três e seis salários mínimos a obterem seu imóvel, pagando prestação no valor de R$ 50. A notícia é que seis mil casas serão construídas na região mais atingida pelas chuvas no Estado do Rio de Janeiro, segundo a presidente Dilma, sendo duas mil casas patrocinadas por empresários, não só do Estado, mas do país.
Dermeval agradeceu a solidariedade de todos, tanto de empregados quanto de empregadores, em prol da reconstrução da cidade, e informou que, com muito esforço, conseguiu depositar o salário dos funcionários da prefeitura no dia 25, para que a economia voltasse a circular. E mais uma vez reforçou que, embora esteja aberto a ouvir cada cidadão, como vem fazendo desde o seu primeiro dia à frente da Prefeitura de Nova Friburgo, a decisão é solitária.
União do setor produtivo
Embora o Conselho Municipal de Desenvolvimento Econômico já exista, ele precisará ser reformulado, uma vez que não se encontra operante; e durante a reunião, todos concordaram que precisará estar composto por técnicos, mas com o apoio de todos, e a criação de Câmaras setoriais urgentes. Embora a discussão durante a reunião tenha sido em torno das linhas de crédito que o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) liberou, mas ainda não normatizou, o prefeito Dermeval pediu urgência na reestruturação do Conselho, em um prazo máximo de uma semana.
O deputado Olney chamou a atenção para o valor de R$ 100 mil liberado pelo BNDES para capital de giro, lembrando que não resolverá o problema daqueles que perderam suas mercadorias, e que batalhará para aumentar este valor, pois será muito mais útil no momento do que a liberação de R$ 1 milhão para investimentos. O presidente do Sindicato das Indústrias de Metal Mecânico (Sindimetal), Claudio Tangari, mostrou-se preocupado com a demora da normatização das linhas de crédito que garantirão os empregos de muitos friburguenses.
O presidente da OAB/Nova Friburgo, Carlos André Pedrazzi, esclareceu que há uma equipe atuando na cidade e que junto com o governo municipal trabalhará para que se cumpram os prazos para a apresentação de projetos e consequentemente a liberação de recursos. O advogado chamou a atenção para questões de violência, e a importância das delegacias Legal e da Mulher neste momento, e informou que a OAB suspendeu a anuidade de todos os advogados das cidades de Sumidouro, Bom Jardim e Nova Friburgo, em função da tragédia.
O presidente da Firjan em Nova Friburgo, Vicente Barros Ribeiro, acredita que no Conselho será possível determinar o caminho do potencial econômico da cidade e mostrou-se preocupado com o aproximar do dia 5 de fevereiro, quando vencerão as folhas de pagamento: “não há empresa em Nova Friburgo que vai querer investir neste momento. Agora precisamos colocar a máquina para andar, funcionar, movimentar”.
O presidente da Acianf, Cláudio Verbicário, reforçou a urgência em liberação das linhas de créditos, considerando que há na cidade cerca de oito mil pequenas e micro empresas, que empregam em média três pessoas. Assim como Verbicário, a gerente regional do Sebrae/RJ, Fernanda Gripp, informou que durante esta semana 370 pessoas procuraram a agência em busca de informações sobre as possíveis linhas de crédito: “costureiras querem recomeçar seus negócios. No ano passado legalizamos 2.100 empreendedores. Já entramos em contato com alguns serviços que estarão conosco, na próxima semana, em uma tenda montada na Praça Dermeval Barbosa Moreira. Hoje, a Junta Comercial, por exemplo, está fornecendo gratuitamente novos documentos para quem os perdeu”.
ReConstrução
O prefeito Dermeval fez questão de esclarecer que serviços como o Samu (Serviço de Atendimento Móvel Urgência), que virá para Nova Friburgo, contará com verba federal e estadual, pois a prefeitura não teria como arcar com qualquer contrapartida. O mesmo acontecerá em relação ao Hospital do Câncer, que será construído na cidade para atender toda a região, e que, consequentemente, contribuirá para aquecer a economia local.
Outra boa notícia é que a área onde funcionava a Fábrica Ypu será desapropriada para receber cinco mil alunos de cursos a serem oferecidos pela Uerj (Universidade do Estado do Rio de Janeiro). No momento, também está sendo feito um estudo sobre o futuro do Hospital Nova Cor, que já foi desapropriado. “Quando que conseguiríamos construir 94 pontes de cimento? Só mesmo com a ajuda dos governos. E agora a nossa preocupação é com a reconstrução do empresariado. “O cheque do empresário está seco; mas o cheque que o empresário recebeu está molhado”, refletiu o prefeito, dividindo suas aflições com os empresários.
Todos os setores produtivos do município de alguma forma trabalham para a reconstrução da cidade. Os empresários da área de comunicação, por exemplo, se colocaram à disposição de todos os empresários e instituições, e já se mobilizaram para um 'movimento positivo'. Estão sendo produzidos boletins com 'Boas notícias', que não só contribuirão para a autoestima dos friburguenses, mas para ajudar a roda da economia não parar de girar.

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