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segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

Por uma nova Nova Friburgo

O Prefeito de Nova Friburgo, em exercício, Dermeval Barboza Moreira Neto, e todo o secretariado municipal participaram de duas sessões específicas da Câmara Municipal de Nova Friburgo na quinta-feira, 24 de fevereiro, solicitadas pelo vereador Cláudio Damião com o objetivo de esclarecer as ações de reconstrução da cidade.
Durante oito horas consecutivas (15h às 23h), os secretários de Obras; Projetos Especiais; Educação; Saúde e Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho relataram os trabalhos executados não só pelo município, mas pelos governos Estadual e Federal, assim como falaram sobre os planos futuros. Muitas explicações foram dadas em função de questionamentos dos próprios vereadores, com exceção de Nani Nacif que justificou ausência, e de cidadãos que se encontravam no auditório, sendo que só puderam se manifestar através dos vereadores.
Aberta a primeira sessão pelo presidente da Câmara, o vereador Sergio Xavier, Dermeval foi convidado a falar, pois compromissos em seu gabinete estavam agendados. No mesmo ritmo dos dias anteriores, desde que aconteceu a tragédia em Nova Friburgo, o prefeito fez uma retrospectiva do momento em que saiu cedo de sua casa em 12 de janeiro.
“Vi minha cidade toda destruída, um caos. Nenhum brasileiro tinha passado por isso. A maior calamidade do Brasil. Logo que consegui chegar à Prefeitura, encontrei o vice-governador do Estado, o Pezão. Eu sabia que sozinho não conseguiria fazer absolutamente nada. Dias antes, estacionados na frente da prefeitura, três novos caminhões, mas perante da tragédia aquilo não era nada. Recebi muitas críticas por Pezão estar mandando em Nova Friburgo. E ofereci a chave do meu gabinete, sim, não só para o vice-governador, mas também para o Ícaro, presidente da Emop –Empresa de Obras Públicas-“, desabafou Dermeval.
O prefeito aproveitou a oportunidade para agradecer aos secretários, a população, aos voluntários e aos poderes Legislativo e Judiciário que continuam de mãos dadas por Nova Friburgo. “A situação é grave e sabemos que terão que ser gastos bilhões. Nosso problema é também um problema do Brasil. Não podemos banalizar o aluguel social e por isso também precisamos contar muito com a consciência da população”, acrescentou.
Fotos: Leonardo Vellozo

 
Projetos Especiais serão necessários para área urbana e rural

O secretário de Projetos Especiais, interino, o arquiteto Luiz Cláudio Luz Ferreira, assumiu a secretaria há duas semanas e está tomando ciência dos convênios com Ministérios para viabilizar obras. “A grande obra no rio Bengalas com verba do PAC, avaliada em torno de R$80 milhões, está em processo final, próxima da barragem. Se não estivesse sendo feita, a União Mundial e a Stam Metalúrgica teriam caído”, comentou Luiz Cláudio, acrescentando que a Emop, que realiza reuniões diárias no Salão Azul da Prefeitura, contabilizou 416 desmoronamentos grandes e portanto há necessidade de contenções.
Para o secretário, o foco daqui para frente deve estar voltado à drenagem urbana e para isso pretende contar com a Empresa de Obras Públicas para detalhar um projeto que passa pelas ruas Monte Líbano e Farinha Filho, e avenida Alberto Braune. Sobre a construção de unidades habitacionais na Fazenda da Laje, o arquiteto destacou a necessidade de não só construir as moradias, mas estabelecer na localidade uma infraestrutura com escola, posto policial, posto de saúde, entre outros.
Sobre o PAC 2, as localidades de Riograndina, Lazareto e Olaria serão contempladas, porém os projetos precisarão ser adequados e no caso de Lazareto, a Emop estará à frente das decisões que precisarão ser tomadas. De qualquer forma, o secretário informou que há previsão da chegada de R$6 milhões do Ministério do Planejamento, o que contribuirá para o processo de reconstrução de Nova Friburgo.


Obras serão realizadas por todo o município

O secretário municipal de Obras, Hélio Gonçalves Correia, que também precisou retirar-se de sua residência por correr risco de ser atingida por deslizamento de terra, relatou que o trabalhou tem sido ininterrupto, porém a demanda é grande demais e sem os governos Estadual e Federal presentes, muito pouco teria sido feito.
“Já identificamos a necessidade de reconstruir e construir cerca de 140 pontes ou pontilhos; mais de 400 muros de contenção; e galerias. Não há mais de 100 metros de uma via sem alguma barreira. Estamos limpando bairros e distritos com cerca de 300 equipamentos pesados. As obras são caras e a Emop está responsável por identificar a prioridade e nós estamos juntos, inclusive respeitando as orientações do Inea”, esclareceu Hélio.
Embora a demolição de um imóvel seja de responsabilidade da Prefeitura, foi esclarecido que a Defesa Civil primeiro identifica essa necessidade, em seguida expede uma notificação ao proprietário e o imóvel, então, recebe uma marcação na cor vermelha. “Só no Floresta são mais de 90 casas. Essas famílias devem procurar a Assistência Social para ter direito ao Aluguel Social, inicialmente”, explica. Quanto a indenizações, a Emop realiza estudo para avaliação dos imóveis.

  
Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho disponibiliza dados aos interessados

O secretário de Assistência, Desenvolvimento Social e Trabalho, Carlos Antônio Maduro, entregou a cada vereador uma cópia do balanço das ações executadas pela secretaria desde o dia 12 de janeiro, assim como apresentou slides com o mesmo conteúdo para que os presentes tivessem acesso às informações, e solicitou ao presidente da Câmara que deixasse o material à disposição da população e demais interessados.
No material há informações sobre os desabrigados que se inscrevem no Programa de Aluguel Social; como foi feito o cadastramento das famílias; o momento em que foi criada a conta corrente SOS Nova Friburgo; o ponto de recolhimento de donativos na antiga Fábrica Ypu; a criação dos 79 abrigos que acolheram 949 famílias no primeiro momento; capacitação de servidores; entre outros itens.
“No prédio do antigo Fórum está sendo viabilizado acesso ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), pela Caixa Econômica Federal, assim como efetuado o pagamento do Bolsa Família para àquelas pessoas que perderam o cartão. As pessoas não tiveram seus benefícios interrompidos. Antes o aluguem era de até R$500, hoje é de R$500. Em 29 de janeiro havíamos cadastrado 2.081 famílias”, destacou Carlos Antônio.
Hoje há 38 abrigos em Nova Friburgo, sendo um deles no antigo Sase, em Olaria, que abriga 30 famílias. O prédio passa por adequações em relação a banheiros e durante a sessão da Câmara, Maduro informou que foi firmada uma parceria para que, a partir da próxima semana, o espaço do Projeto ‘Pão com sopão’, próximo ao local, seja utilizado como refeitório dessas famílias.
Os Centros de Referência de Assistência Social –Cras- aos poucos voltam a funcionar. O localizado em Conselheiro Paulino já está atendendo normalmente, assim como o de Campo do Coelho; o do Suspiro está funcionando no Centro de Convivência (Clube de Xadrez), e o de Olaria volta a funcionar no dia 29 deste mês.

Educação: marca para renascer

O secretário de Educação, Marcelo Verly, ainda abalado com a perda de 66 alunos e cinco profissionais que atuam na rede municipal, lembrou que na noite do dia 11 e madrugada do dia 12 tomou conhecimento da magnitude da tragédia através da Rádio Friburgo AM.
Por orientação da Defesa Civil, escolas foram abertas para abrigar pessoas. No Ciep de Olaria, onde estava instalada a Secretaria de Educação, inclusive, foram acolhidas 140 pessoas, assim como recebido donativos ante da estruturação do espaço na Ypu; e ônibus escolares foram cedidos à Fundação Municipal de Saúde para transportar pacientes para tratamento de hemodiálise.
Noventa e quatro unidades foram afetadas pela catástrofe, sendo três destruídas totalmente (Conquista, Vilage e Rui Sanglard) e outras condenadas em áreas de risco. Segundo Verly, na proporção em que a Defesa Civil libera os espaços, as devidas providências são tomadas para que voltem a funcionar dentro do possível.
“No dia 31 de janeiro providenciamos um relatório com todas as demandas da Educação, que foi entregue ao Ministro. Conseguimos a ampliação do Programa Mais Educação e hoje 42 escolas e 14 creches já retornaram suas atividades. Na próxima segunda-feira, 28, está previsto o retorno de mais 44 unidades, sendo 30 escolas e 14 creches, o que significa o retorno de 15 mil alunos. Nossa meta é que 20 mil alunos estejam em salas de aula em 14 de março”, explicou.

Saúde: o futuro será ainda melhor

Para a secretária de Saúde, a médica Jamila Calil, “o desafio é grande, mas na saúde nós vamos ser melhores do que éramos e parcerias são fundamentais”. Durante sua explanação, Jamila mostrou em slides fotos do Hospital Municipal Raul Sertã e de Unidades de Saúde a partir do dia 12 de janeiro, assim como uma planilha identificando a condição de cada unidade; a disponibilização de vacinas; entre outros dados.
Foram lembrados os primeiros momentos muito difíceis quando pacientes tiveram que ser removidos para outras dependências e aparelhos não funcionavam. “Durante as primeiras 24 horas da tragédia, mesmo assim, atendemos 324 pacientes no velho e cansado Hospital Raul Sertã. E ninguém ficou no chão ou sem atendimento; e os que precisaram ser transferidos foram identificados com nome”, desabafou a secretária.
Entre as prioridades identificadas por ela e suas equipes estão: Centro Cirúrgico do HMRS, pois no momento só estão sendo feitas cirurgias de emergência; máquinas de hemodiálise, pois embora o Ministério da Saúde tenha cedido cinco máquinas, foram perdidas 25, que atendiam 184 pacientes.
O Governo do Estado se prontificou a resolver as questões das unidades de saúde mais atingidas pela chuva. O município receberá Clínicas de Família, postos de saúde no modelo da Unidade de Pronto Atendimento –Upa. Aa clínicas de Riograndina e  São Geraldo terão 400 metros quadrados, e a de Amparo 200 metros quadrados.
Quanto ao Posto de Saúde de Campo do Coelho, que já não tinha capacidade para atender a demanda da região, ganhará também uma Clínica de Família, tanto que o Governo do Estado aguarda a prefeitura determinar o terreno para a execução da instalação do espaço.
Sobre a Leptospirose, embora tenha chegado a 80 casos confirmados e 250 notificações, a secretária de saúde informou que por não ter havido nenhum óbito pela doença, Nova Friburgo contabiliza a menor taxa de leptospirose do Brasil. Para ela, este resultado deve-se ao trabalho de prevenção, precaução e esclarecimentos à população.
Além do empenho dos profissioanis da saúde, o que mais contribui para o pensamento positivo da secretária são as recentes notícias, mesmo que algumas delas não sejam de providências imediatas. Nova Friburgo ganhará um Instituto de Oncologia e Centro de Reabilitação Física nas instalações do antigo Centro Adventista de Vida Saudável –Cavs-; o Serviço de Atendimento Médico de Urgência – Samu-; a reestrtuturação da Atenção Básica e investimentos na infraestrtura e equipamentos dos hospitais Raul Sertã e Maternidade. Já na próxima semana, será instalada a centrífuga do Hemocentro, adquirida pelo Governo Municipal, sendo que o Estado está providenciando a licitação para a compra de mais um equipamento. Doutora Jamila informou que estão sendo agendadas endoscopias e a distribuição de remédios, cerca de 200 medicamentos, estão voltando a ser disponibilizados, tanto para pacintes com doenças crônicas quanto para pacientes com doenças mais comuns.

3 comentários:

  1. QUERO SABER QUANDO É QUE A AJUDA DO BNDES VAI SAIR DA POLITICAGEM E VAI VIR NA REALIDADE. ESTOU ESPERANDO APROVAÇÃO DE EMPRÉSTIMO PARA MINHA MICROEMPRESA, ALIÁS UMA MIXARIA, E ATÉ AGORA NADA.

    GILSON.
    MEGA SOM DE FRIBURGO.

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  2. não adianta meu amigo eles só vão emprestar para quem tem dinheiro e não para quem realmente foi atingido, a elite fede!

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  3. Nós perdemos quase tudo, não temos garantia nem capital de giro! Então pra que ajudar agente? E assim eles vão construindo uma Nova Friburgo...

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